Por Águida Cunha
Uma semana para transformar a realidade de uma população local. Missão impossível se for parar para pensar, mas quando se vive o Trilhas Potiguares dá para perceber que uma semana faz muita diferença. Os sorrisos, as histórias, os elos formados com a população local mostram o quanto o Trilhas transforma, não só a realidade de um lugar, mas a vida dos trilheiros.
Não dá para medir ainda se a mudança provocada pelo Trilhas Potiguares no município de São Rafael foi efetiva, afinal a equipe se despediu ontem da cidade. Mas as transformações obtidas em tão pouco tempo inspiram a fazer ainda mais. O Trilhas Potiguares tem mais de 20 anos de existência, e na edição de 2017 atuou em 25 municípios, entre eles São Rafael. Uma equipe de doze pessoas, três coordenadores e nove trilheiros, estiveram na cidade com uma programação intensa, que misturou e integrou as diversas áreas de conhecimento em prol da população, sobretudo a da zona rural.
A descoberta do potencial turístico e gastronômico de São Rafael surpreendeu muitos dos trilheiros. Por exemplo, São Rafael possui uma tradição na apicultura, mas essa informação é muito difícil de encontrar se for pesquisar na internet ou em outros meios de comunicação. Produzem artesanato com a palha da Carnaúba, existe a produção caprina e ovina, e ainda um turismo radical não descoberto nem explorado.
Em suma, os sete dias do Trilhas é pouco para o tamanho das demandas que a população precisa, mas os trilheiros fizeram o possível para ajudar. “Pequenas coisas se tornam muito para eles”, disse o trilheiro Eduardo Paixão (graduando do curso Nutrição), e esse foi o sentimento que tomou todos os alunos que estavam no projeto nesta cidade. A possibilidade da transformação na vida do outro, por meio das pequenas coisas talvez seja o que mais chama atenção no projeto.
As marcas deixadas pelos passos dos trilheiros durarão e, assim como a muda que plantaram vai crescer, a saudade também irá. A exposição fotográfica, a muda de oiticica, as ações em todas as escolas e na comunidade são apenas algumas dessas marcas. E no momento do adeus o coração fica apertado e ansioso pela próxima edição.
Não dá para dizer “adeus” a São Rafael, mas sim um “até breve”.